O amor é como fogo: para que dure é preciso alimentá-lo.
Perdoamos na medida em que amamos.
A ausência diminui as paixões medÃocres e aumenta as grandes, como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras.
O ciúme nasce sempre com o amor, mas nem sempre morre com ele.
O orgulho tem as suas bizarrias, como as outras paixões: temos vergonha de admitir que sentimos ciúme, mas honramo-nos de o ter sentido e de ser capazes de o vir a ter.
A vaidade, embora não destrua totalmente as virtudes, desordena-as todas.
A virtude não iria tão longe se a vaidade lhe não fizesse companhia.
Fala-se pouco quando a vaidade não faz falar.
A bajulação é a moeda falsa que só circula por causa da vaidade humana.
Não há homem que tenha menos razão do que aquele que não tolera a ideia de não ter razão.
A hipocrisia é uma homenagem que o vÃcio presta à virtude.
A vingança procede sempre da fraqueza da alma, que não é capaz de suportar as injúrias.
As pessoas fracas não podem ser sinceras.
Apenas quem é desprezÃvel pode ter medo de ser desprezado.
Quando praticar qualquer falta, procure remediá-la e não desculpá-la.
Só as pessoas que têm firmeza são capazes de verdadeira doçura; as que parecem doces não têm geralmente senão fraqueza, que se converte facilmente em azedume.
Quando não encontramos o repouso em nós próprios, é inútil ir procurá-lo noutro lado.
O que torna os tormentos da vergonha e da inveja tão agudos, é que a vaidade não serve para os suportar.
Os velhos gostam de dar bons conselhos para se consolarem de já não estarem em estado de dar maus exemplos.
Ao envelhecermos, tornamo-nos mais loucos e mais sagazes.
Poucas pessoas sabem envelhecer.
Os defeitos do espÃrito aumentam com a idade, tal como os do rosto.
A velhice é uma tirania que proÃbe, sob pena de morte, todos os prazeres da juventude.
A verdade não faz tanto bem neste mundo como as suas aparências fazem mal.
Há pessoas que a sociedade aprova, cujo único mérito consiste nos vÃcios que servem ao comércio da vida.
A aprovação que concedemos àqueles que são admitidos na sociedade tem origem, muitas vezes, na secreta inveja que nos inspiram aqueles que nela estão firmemente estabelecidos.
Há pessoas desagradáveis apesar das suas qualidades e outras encantadoras apesar dos seus defeitos.
Os homens não viveriam muito tempo em sociedade se não fossem enganados uns pelos outros.
A felicidade e a desgraça dos homens dependem em partes iguais da sua disposição de espÃrito e da fortuna.
Consolamo-nos muitas vezes das nossas infelicidades pelo prazer que nos dá a exibi-las.
Nem sempre está na mão de cada um ser feliz; mas está merecê-lo.
Nunca se é tão feliz nem tão infeliz como se imagina.
A felicidade consiste principalmente em acomodar-nos com a nossa sorte.
O ser humano é apenas feliz enquanto não é feliz.
Ser feliz é uma questão de gosto e não uma questão de posse. É-se feliz quando se tem aquilo de que se gosta e não por se possuir o que os outros acham essencial.
Nunca somos tão infelizes como supomos, nem tão felizes como havÃamos esperado.
O drama do homem é o de ser limitado nos meios e infinito nos desejos; assim, não pode ser plenamente feliz.
As pessoas felizes não têm emenda: pensam sempre ter razão quando a fortuna apoia a sua má conduta.
A moderação das pessoas felizes deriva da calma que a boa fortuna dá ao seu temperamento.
Muitas vezes julgamo-nos constantes nas infelicidades quando apenas sentimos desânimo, e sofremo-las sem ousar olhá-las de frente, como os poltrões que se deixam matar por medo de se defenderem.
Quem não encontra a felicidade em si mesmo, é inútil procurá-la em outro lado.
Antes de desejarmos ardentemente uma coisa, devemos examinar primeiro qual a felicidade daquele que a possui.
A felicidade está no gosto e não nas coisas.
Não existe tal coisa como um infortúnio tão mau que as pessoas hábeis não saibam dele tirar proveito, como também não existe uma felicidade tal que os mais volúveis não transformem em prejuÃ...
Atormentamo-nos menos para ser felizes do que para mostrarmos que o somos.
Nunca se é feliz como se acredita, nem feliz como se espera ser.
Há pessoas tão cheias de si, que quando estão apaixonadas, acham maneira de se ocupar da sua paixão sem fazerem caso da pessoa a quem amam.
Preferimos até dizer mal de nós próprios do que estarmos calados.
O grande prazer que nos dá falarmos de nós próprios deve fazer-nos recear não darmos nenhum aos que nos ouvem.
As virtudes perdem-se no interesse, tal como os rios no mar.
Nada pode ter mais valor do que fazermos sem testemunhas aquilo que serÃamos capazes de fazer diante de toda a gente.
É necessário ser-se mais virtuoso para conviver com a boa sorte do que com a má.
O nome da virtude serve os interesses tão utilmente como os vÃcios.
As nossas virtudes, a maior parte das vezes, não passam de vÃcios disfarçados.
Não desprezamos todos os que têm vÃcios; mas desprezamos aqueles que não têm nenhuma virtude.
As virtudes perdem-se no interesse como as águas do rio se perdem no mar.
Por muito maus que os homens sejam, não ousariam parecer inimigos da virtude; e quando querem persegui-la, fingem julgá-la falsa ou inventam-lhe crimes.
Tais coisas nos acontecem na vida que é preciso ser um tanto loucos para nos safarmos.
Os velhos loucos são mais loucos que os jovens.
A loucura segue-nos em todos os momentos da nossa vida. Se alguns parecem sábios, é apenas porque as suas loucuras são proporcionais à sua idade e à sua fortuna.
Tememos tudo como mortais, mas desejamos tudo como se fossemos imortais.
Prometemos conforme as esperanças e agimos conforme os medos.
Poucos poltrões conhecem a verdadeira extensão do seu medo.
É necessário que os jovens que entram na sociedade pareçam envergonhados ou estouvados: um ar capaz e composto transforma-se vulgarmente em impertinência.
A mocidade é uma embriaguez contÃnua: é a febre da razão.
A maior parte dos jovens julgam-se naturais quando são apenas mal educados e grosseiros.
Ser jovem e não ser bonita é realmente tão pouco consolador como ser bonita e não ser jovem.
Muitos desprezam a riqueza, mas poucos sabem dá-la.
A graça é para o corpo o que o bom senso é para a mente.
Não desejarÃamos nada com ardor, se conhecêssemos bem o que desejamos.
Nunca se deseja tão ardentemente como quando se deseja com a razão.
É mais por orgulho que por falta de luzes que nos opomos com tanta teimosia às opiniões mais correntes; como os primeiros lugares no bom partido já estão ocupados, também não queremos os últim...
Há uma inconstância que vem da ligeireza de espÃrito ou da sua fraqueza, e que lhe faz aceitar todas as opiniões alheias, mas há outra, mais desculpável, que vem do tédio das coisas.
O silêncio é o partido mais seguro de quem desconfia de si mesmo.
Vale mais aplicar o nosso espÃrito a suportar os infortúnios que nos tocam, que a prever os que nos podem acontecer.
Descobrem-se maneiras de curar a loucura, mas não se encontra nenhuma para endireitar um espÃrito louco.
É uma subtileza do espÃrito dizer-se que nunca se é subtil.
O espÃrito é sempre vÃtima dos enganos do coração.
Muitas vezes as coisas apresentam-se ao nosso espÃrito de um modo mais acabado do que se tivesse sido ele a usar do seu engenho para as fazer.
Um espÃrito recto terá menos dificuldade em submeter-se aos espÃritos tortuosos, que em os conduzir.
Os espÃritos mesquinhos ressentem-se frequentemente com coisas insignificantes; os espÃritos elevados apercebem-se delas, mas não se ressentem minimamente.
Um homem de espÃrito sentir-se-ia frequentemente embaraçado sem a companhia dos tolos.
O espÃrito serve-nos, por vezes, para fazermos valentes disparates.
Pouco espÃrito com rectidão aborrece menos, com o tempo, do que muito espÃrito embora tortuoso.
A fineza do espÃrito consiste em pensar com honestidade e com delicadeza.
A pequenez de espÃrito faz a obstinação; e não se acredita facilmente naquilo que está para além do que se vê.
A maior das ambições não parece sê-lo quando encontra uma barreira intransponÃvel.
Passa-se muitas vezes do amor à ambição, mas nunca se regressa da ambição ao amor.
A duração das nossas paixões depende tão pouco de nós como a duração da nossa vida.
Quando ainda temos o coração agitado pelos restos de uma paixão, estamos mais perto de nos entregarmos a outra do que quando estamos inteiramente curados.
Aqueles que tiveram grandes paixões sentem-se sempre felizes e infelizes por se terem curado delas.
As paixões têm a sua lógica própria e fabricam injustiças, o que faz com que seja perigoso segui-las. Logo, devemos ser cautelosos mesmo quando aos nossos olhos parecem justificáveis.
A saúde da alma não é menos vulnerável que a do corpo; e por muito afastados das paixões que nos julguemos, não corremos menor risco de nos deixar envolver nelas, que de adoecer quando estamos b...
Há pessoas tão cheias de si mesmas que, quando se apaixonam, arranjam maneira de se ocupar da sua paixão em vez da pessoa que amam.
Há pessoas que nunca se teriam apaixonado se nunca tivessem ouvido falar no amor.
Por vezes, as paixões mais violentas dão-nos tranquilidade, mas a vaidade agita-nos sempre.
Todo o cuidado que tenhamos em cobrir as nossas paixões, seja com a máscara da piedade seja com a da honra, é pouco, elas acabam por romper sempre esses véus.
No coração do homem existe uma geração perpétua de paixões. Quando uma morre, é porque outra está a nascer.
Todas as paixões nos levam a cometer erros, mas o amor faz-nos cometer os mais ridÃculos.
A paixão transforma, muitas vezes, o mais hábil dos homens num louco e torna muitas vezes mais hábeis os mais tolos.
Estamos muito longe de conhecer tudo o que as nossas paixões nos levam a fazer.
As paixões são os únicos oradores que sempre convencem.
Quando o nosso ódio é demasiado vivo, colocamo-nos abaixo daqueles que odiamos.
Quanto mais se ama uma mulher mais pronto se está a odiá-la.
O mal que fazemos não nos suscita tantas perseguições e ódio como as nossas boas qualidades.
A esperança, enganadora como é, serve contudo para nos levar ao fim da vida pelos caminhos mais agradáveis.
A bondade natural, que se gaba de ser tão sensÃvel, é muitas vezes abafada pelo mais insignificante interesse.
Nada é mais raro que a verdadeira bondade; até os que julgam tê-la apenas têm normalmente condescendência ou fraqueza.
Ninguém merece ser louvado pela sua bondade, se não tiver a coragem de ser mau: qualquer outra forma de bondade não é mais que preguiça ou de ausência de vontade.
Se a vaidade não destrói completamente as virtudes, pelo menos abala-as todas.
Todo o bem que dizem de nós não nos diz nada de novo.
É tão honesto ser vaidoso consigo mesmo, como é ridÃculo sê-lo com os outros.
A vaidade leva-nos a fazer mais coisas contra o nosso gosto do que a razão.
O que nos torna insuportável na vaidade dos outros é que ela colide com a nossa.
O desejo da glória, o receio da vergonha, a ambição de fazer fortuna, o desejo de tornar a nossa vida cómoda e agradável e a ânsia de rebaixar os outros, são frequentemente as causas deste valo...
As honras alcançadas servem de caução das que pretendemos alcançar.
Para se ter um lugar honroso no mundo, faz-se todo o possÃvel para se parecer importante.
Por maior vergonha que tenhamos merecido, está quase sempre em nosso poder o restabelecimento da nossa reputação.
A perfeita bravura consiste em fazer sem testemunhas aquilo que farÃamos diante de todos.
A vaidade, a vergonha e, sobretudo, o temperamento, fazem muitas vezes a coragem dos homens e a virtude das mulheres.
Nem sempre é pelo valor e pela castidade que os homens são valorosos e as mulheres castas.
Só nos devÃamos espantar de ainda nos podermos espantar.
Apenas nos deveria surpreender o ainda podermos ser surpreendidos.
Gostamos sempre de quem nos admira, mas nem sempre gostamos daqueles que admiramos.
Nem todos os que saldam as suas dÃvidas de gratidão se podem gabar de ser gratos.
Mais ingrato é aquele que ajuda o outro, com o intuito de ser louvado, do que aquele que não agradece.
A demasiada presteza em saldar uma dÃvida que nos obriga é uma espécie de ingratidão.
Quase toda a gente sente prazer em retribuir pequenos favores; muitos sentem-se reconhecidos a medÃocres; mas não existe quase ninguém que não seja ingrato em relação aos grandes.
A timidez é um defeito que é perigoso repreender nas pessoas que pretendemos corrigir.
Há falsidades disfarçadas que simulam tão bem a verdade, que seria um erro pensar que nunca seremos enganados por elas.
Damos conselhos, mas nunca inspiramos comportamentos.
Não damos nada tão generosamente como os conselhos.
Por vezes, requer tanta habilidade saber aproveitar um bom conselho, como saber aconselhar-se a si mesmo.
Nunca haveria prazer se nunca nos pudéssemos gabar.
A reconciliação com os nossos inimigos deve-se apenas ao facto de querermos melhorar a nossa situação, ao cansaço da luta e ao medo de algum acontecimento que nos seja desfavorável.
Há muitas vezes mais orgulho do que piedade quando lamentamos as desgraças dos nossos inimigos.
Os nossos inimigos aproximam-se mais da verdade nas sentenças que proferem sobre nós, do que nós mesmos.
A humildade não é mais que uma falsa submissão de que nos servimos para submeter os outros; é um artifÃcio do orgulho, que se rebaixa para melhor se elevar. E, apesar de se transformar de mil man...
A humildade é a verdadeira prova das virtudes cristãs: sem ela conservamos todos os nossos defeitos, que apenas permanecem encobertos pelo orgulho que os esconde dos outros e, muitas vezes, de nós ...
Confessamos os nossos defeitos para reparar, com a nossa sinceridade, o mal que nos fazem no espÃrito dos outros.
Há pessoas repugnantes apesar do seu mérito, e outras agradáveis apesar dos seus defeitos.
As pessoas falsamente honestas são as que escondem os seus defeitos dos outros e de si mesmo. As pessoas realmente honestas são as que os conhecem bem e os confessam.
Só os grandes homens podem ter grandes defeitos.
Há pessoas a quem os defeitos assentam bem e outras que caem em desgraça apesar das suas boas qualidades.
Os homens parecem não considerar os seus defeitos suficientes: aumentam-lhes ainda o número através de algumas qualidades singulares com as quais simulam enfeitar-se, e cultivam-nas com tanto desve...
Os defeitos da alma são como os ferimentos do corpo; por mais que se cuide de os curar, as cicatrizes aparecem sempre, e estão sob a constante ameaça de se reabrirem.
A fortuna corrige vários defeitos que a razão não saberia corrigir.
Não há defeitos que não sejam menos desculpáveis que os meios de que nos servimos para os ocultar.
Não temos a coragem de admitir em público que não temos defeitos e que os nossos inimigos não têm qualidades; porém, intimamente, não andamos longe de acreditar nisso.
Apenas confessamos os pequenos defeitos para persuadir os outros de que não temos grandes.
O que demonstra que os homens conhecem os seus defeitos melhor do que se pensa, é que nunca têm razão quando falam da sua conduta: o mesmo amor-próprio que geralmente os cega esclarece-os então e...
Temos mais sucesso no jogo da vida com os nossos defeitos do que com as nossas qualidades.
Há péssimas qualidades que fazem grandes talentos.
Gabamo-nos de ter defeitos opostos àqueles que temos: quando somos fracos, gabamo-nos de ser teimosos.
Os vÃcios entram tanto na composição das virtudes como os venenos na dos remédios.
Se não tivéssemos tantos defeitos, não nos agradaria tanto notá-los nos outros.
A prudência e o amor não se fizeram um para o outro; à medida que o amor aumenta, a prudência diminui.
A prudência é tida como uma grande virtude. No entanto, não nos protege.
Só aos grandes homens cabe terem grandes defeitos.
Não há quem apresse mais os outros do que os preguiçosos depois de haverem satisfeito a sua preguiça, a fim de parecerem diligentes.
De todos os nossos defeitos, aquele que admitimos mais facilmente é a preguiça: persuadimo-nos de que se parece com todas as virtudes tranquilas e que, sem destruir inteiramente as outras, apenas lh...
Engana-se quem pensa que só as paixões violentas como a ambição e o amor triunfam sobre as outras. A preguiça, por lânguida que seja, nem por isso deixa de se impor; sobrepõe-se a todos os des�...
Temos mais preguiça no espÃrito do que no corpo.
Só achamos que as outras pessoas têm bom senso quando são da nossa opinião.
Raramente conhecemos alguém de bom senso, além daqueles que concordam connosco.
Aborrecemo-nos quase sempre com quem não podemos aborrecer-nos.
Perdoamos com facilidade àqueles que nos aborrecem, mas não conseguimos perdoar àqueles a quem aborrecemos.
Falta muito para que a inocência tenha tanta protecção como o crime.
Os caprichos da nossa vontade são ainda mais estranhos do que os do destino.
Temos mais força do que vontade e é por isso mesmo que nos desculpamos imaginando que as coisas são impossÃveis de atingir.
Se resistimos às nossas paixões, é mais pela fraqueza delas que pela nossa força.
Estamos muito longe de conhecer todas as nossas vontades.
GanharÃamos mais se nos deixássemos ver tais como somos, do que em tentar parecer o que não somos.
O mundo recompensa com mais frequência as aparências do mérito do que o próprio mérito.
Nada impede tanto ser natural como o desejo de parecer.
Há heróis no mal como no bem.
Embora os homens se gabem dos seus grandes feitos, estes, muitas vezes, são consequência, não de um forte desÃgnio, mas do acaso.
O interesse obra toda a espécie de virtudes e de vÃcios.
O interesse fala todas as lÃnguas e desempenha todos os papéis, mesmo o de desinteressado.
O interesse, que cega alguns, alumia outros.
Normalmente, a maledicência é mais uma questão de vaidade que de malÃcia.
Aqueles que se dedicam demasiado às pequenas coisas tornam-se normalmente incapazes das grandes.
Por vezes, perdemos pessoas cuja falta lamentamos, embora essa falta não nos faça sofrer; e outras, cuja falta nos faz sofrer, mas cuja perda não lamentamos de todo.
Há negócios e doenças que os remédios azedam em determinada altura. A grande habilidade consiste em saber quando é perigoso utilizá-los.
A modéstia aumenta o mérito e indulta a mediocridade.
É mais difÃcil impedir que nos governem que governar os outros.
Esquecemos facilmente os nossos pecados quando só nós próprios os sabemos.
Nem o sol nem a morte se podem olhar fixamente.
Por mais aparatosa que seja uma acção, ela só deve passar por grande se for fruto de um grande desÃgnio.
As nossas acções parecem resultar de bons ou de maus auspÃcios, aos quais se deve uma grande parte dos louvores e das crÃticas que se lhes atribui.
SentirÃamos frequentemente vergonha das nossas mais belas acções, se o mundo conhecesse todos os motivos que as fundamentaram.
Aqueles que se aplicam demais nas pequenas coisas são geralmente incapazes para as grandes.
Para sabermos bem as coisas, é preciso sabermos os pormenores, e como estes são quase infinitos, os nossos conhecimentos são sempre superficiais e imperfeitos.
As amizades reatadas requerem maiores cuidados que aquelas que nunca foram rompidas.
É mais necessário estudar aos homens do que os livros.
Os amantes apenas vêem os defeitos das amadas quando o seu encantamento acaba.
O que os homens chamam de amizade nada mais é do que uma aliança, uma conciliação de interesses recÃprocos, uma troca de favores. A realidade é um sistema comercial, no qual o amor de si mesmo e...
É uma grande habilidade saber esconder a própria habilidade.
Aquilo que parece generosidade não é mais que ambição mascarada que despreza os pequenos interesses, para melhor se concentrar nos grandes.
0 nosso orgulho aumenta muitas vezes com o que retiramos dos nossos outros defeitos.
O orgulho mantém-se sempre e não perde nada de si mesmo quando renuncia à vaidade.
O orgulho é igual em todos nós e a única diferença reside no modo e nos meios que utilizamos para o pôr em prática.
Nada é mais insuportável para o nosso orgulho do que a constatação do facto de reprovarmos algo que aprovámos anteriormente.
Se não tivéssemos orgulho, não nos queixarÃamos dos outros.
O orgulho que nos inspira tanta inveja serve, também, para a moderar.
Ê quase sempre culpa de quem ama não se aperceber quando deixa de ser amado.
Os vÃcios entram na composição da virtude assim como os venenos entram na composição dos remédios. A prudência mistura-os e atenua-os, e deles se serve utilmente conta os males da vida.
O que impede a entrega a um só vÃcio é termos vários.
Cometem-se muito mais traições por fraqueza do que em consequência de um forte desejo de trair.
Aqueles que se aplicam muito minuciosamente a coisas pequenas, frequentemente tornam-se incapazes de coisas grandes.
Aquele a quem você confia seu segredo torna-se senhor de sua liberdade.
Louvam-se ou criticam-se muitas coisas porque está na moda louvá-las ou criticá-las.
O que faz com que os amantes nunca se entediem de estar juntos é o falar sempre de si próprios.
Conserva-se por muito tempo o primeiro amante, quando não se toma um segundo.
Perdoamos facilmente em nossos amigos os defeitos em que nada nos afetam.
É difÃcil amar aqueles que não estimamos, mas é mais difÃcil ainda amar aqueles que estimamos mais do que a nós mesmos.
O nosso arrependimento não é tanto um remorso do mal que cometemos, mas um temor daquilo que nos pode acontecer.
A avareza é mais contrária à economia que a liberalidade.
Há pessoas más que seriam menos perigosas se não tivessem nenhuma bondade.
Ninguém deve ser elogiado pela sua bondade quando não tem força para ser mau.
O orgulho tem esquisitices como qualquer outra paixão. Temos vergonha de confessar que sentimos ciúmes mas nos vangloriamos de havermos tido e de sermos capazes de tê-lo.
O ciúme, o receio de deixar, o medo de ser deixado são as dores inseparáveis do declÃnio do amor.
O ciúme é o maior de todos os males e o que menos compaixão desperta nas pessoas que o causam.
Não deverÃamos ser ciumentos nem quando houvesse motivo para o ser. Somente quem evita provocar ciúme é digno de o merecer.
É mais fácil parecer digno dos empregos que não temos do que daqueles que exercemos.
Quem recusa uma lisonja é porque procura ser lisonjeado duas vezes.
Por melhor que digam de nós, não nos dão nenhuma novidade.
Há censuras que elogiam e elogios que condenam.
A fama dos grandes homens devia ser sempre julgada pelos meios que usaram para obtê-la.
A verdadeira maneira de se enganar é julgar-se mais sabido que outros.
Como podemos nós pretender que os outros guardem os nossos segredos se nós próprios os não conseguirmos guardar?
A ausência diminui as paixões pequenas e aumenta as grandes, porque o vento apaga velas e ventila um incêndio.
Toda a gente se queixa da sua falta de memória, mas ninguém se queixa da sua falta de senso.
É melhor empregarmos o nosso espÃrito em suportar os infortúnios que nos acontecem do que em prever os que nos podem acontecer.
Por mais descobertas que se tenham feito nos domÃnios do amor-próprio, ainda ficarão muitas terras por descobrir.
Há quem prefira falar mal de si mesmo a não falar.
O nosso amor-próprio suporta com mais impaciência a condenação dos nossos gostos que a das nossas opiniões.
O que se chama amizade deveria chamar-se sociedade de interesse e de postos vantajosos. Realmente, não passa de um comércio em que o amor-próprio tem sempre em vista o lucro.
Certas pessoas jamais teriam se apaixonado se não tivessem ouvido falar de amor.
Conhecer as coisas que tornam uma pessoa infeliz já é um tipo de felicidade
Fez-se da moderação uma virtude para limitar a ambição dos grandes homens e para consolar os medÃocres.
A clemência dos prÃncipes não passa muitas vezes de uma polÃtica para conquistar o amor dos povos.
O ciúme é o maior de todos os males e é aquele que inspira menos piedade ás pessoas.
A ausência diminui as pequenas paixões e aumenta as grandes, da mesma forma como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras.
O encanto da novidade e os velhos hábitos, por mais que uma coisa se oponha à outra, impede-nos igualmente de ver os defeitos dos nossos amigos.
Geralmente os espÃritos medÃocres condenam tudo o que está para além do seu alcance.
É próprio dos espÃritos menores falar muito sem dizer nada.
É tão fácil enganar-se a si mesmo sem o perceber, como é difÃcil enganar os outros sem que o percebam.
É mais vergonhoso desconfiar-se dos amigos do que ser por eles enganado.
No amor, o engano vai quase sempre mais longe do que a desconfiança.
A mente é sempre enganada pelo coração.
A nossa desconfiança justifica o engano alheio.
Bem se engana quem julga encontrar em si o bastante para dispensar os outros.
A violência que nos fazemos para permanecer fiéis àquilo que amamos, não é melhor que uma infidelidade.
A honestidade das mulheres é muitas vezes o amor da sua reputação e da sua tranquilidade.
As violências que nos fazem, ferem-nos por vezes menos, que as violências que fazemos a nós mesmos.
Há uma infinidade de comportamentos que parecem ridÃculos e cujas razões ocultas são muito sábias e muito sólidas.
O bem que recebemos de alguém exige que respeitemos o mal que ele nos fez.
O maior milagre do amor é o de curar da galantaria.
A distância é como os ventos: apaga as velas e acende as grandes fogueiras.
Um homem a quem ninguém agrada é bem mais infeliz do que aquele que não agrada a ninguém.
As relações mais felizes são aquelas baseadas na mútua incompreensão.
A calma dos sábios nada mais é do que a arte de guardar a agitação que vai nos seus corações.
O uso frequente da astúcia é sinal de pouca inteligência, e quase sempre quem se serve dela para cobrir-se de um lado acaba por se descobrir do outro.
Não podemos agradar durante muito tempo, quando temos apenas uma espécie de espÃrito.
Consolamo-nos facilmente das desgraças dos nossos amigos quando estas servem para manifestarmos a nossa ternura por eles.
A inveja é mais irreconciliável do que o ódio.
Nos ciúmes existe mais amor-próprio do que verdadeiro amor.
Um homem sensato pode apaixonar-se como um doido, mas não como um tolo.
A ingratidão vem sempre daqueles de quem menos esperamos.. por isso doà tanto! No entanto, ela pod
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