A mentira é muita vezes tão involuntária como a respiração.
O dinheiro não traz felicidade — para quem não sabe o que fazer com ele.
O destino, como os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho.
Defeitos não fazem mal, quando há vontade e poder de os corrigir.
Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.
Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam, de toques que sabem conversar e de silêncios que se declaram.
Cada qual sabe amar a seu modo, o modo pouco importa, o essencial é que saiba amar.
Também a dor tem suas hipocrisias.
Palavra puxa palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução, alguns dizem mesmo que assim é que a natureza compôs as suas espécies.
A ingratidão é um direito do qual não se deve fazer uso.
Não levante a espada sobre a cabeça de quem te pediu perdão.
Pensamentos valem e vivem pela observação exata ou nova, pela reflexão aguda ou profunda; não menos querem a originalidade, a simplicidade e a graça do dizer.
Importuna coisa é a felicidade alheia quando somos vítima de algum infortúnio.
Eu sinto a nostalgia da imoralidade.
Descobri uma lei sublime, a lei da equivalência das janelas, e estabeleci que o modo de compensar uma janela fechada é abrir outra, a fim de que a moral possa arejar continuamente a consciência.
A moral é uma, os pecados são diferentes.
Meu amigo, a imaginação e o espírito têm limites; a não ser a famosa botelha dos saltimbancos e a credulidade dos homens, nada conheço inesgotável debaixo do sol.
A melhor definição de amor não vale um beijo de moça namorada.
A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal.
O maior pecado, depois do pecado, é a publicação do pecado.
Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar...