<br>Se não acreditas que existe um preço para este doce paraíso, lembra-me de te mostrar as tuas cicatrizes.<br>Lembrai-vos de viver antes de quererdes saber o para quê; e verificareis que, tendo vivido, a pergunta deixa de ter sobre vós o seu peso terrível.<br>A vida é tão curta e o ofício de viver tão difícil, que, quando começamos a aprendê-lo, temos de morrer.<br>Nunca aguento muito tempo numa casa. Passado uns tempos, começo a ficar cansado. Não sei o que é e, sobretudo, não sei até que ponto é que quando estou a dizer que estou farto desta casa, não posso estar a dizer estou farto de mim .<br>A verdadeira função do ser humano é viver, não existir. Por isso, não vou desperdiçar os meus dias tentando prolongá-los. Quero aproveitar o meu tempo.<br>Toda a gente tem dentro de si próprio um pedaço de boas notícias. As boas notícias é que tu não sabes o quanto grandioso podes ser! O quanto tu podes amar! O quanto podes conseguir! E descobrires qual é o teu potencial!<br>Como um trilho no Outono: mal foi varrido, cobre-se outra vez de folhas secas.<br>Quando penso no que já vivi me parece que fui deixando meus corpos pelos caminhos.<br>Uns não vivem por temer morrer; eu não morro por temer viver.<br>O mundo inteiro é como um palácio com imensos quartos cujas portas se abrem de uns para os outros. Somos capazes de passar de um quarto para outro exercitando as nossas memórias e imaginação, mas a maioria de nós, na nossa preguiça, raramente exercita estas capacidades, e ficam para sempre no mesmo quarto.<br>Quem voa depois da morte? É a folha da árvore.<br>Viver é recordar.<br>Uma pessoa que saiba que vai morrer sabe que tem de viver. Esse é, aliás, um dos grandes desafios da humanidade. Ter a consciência do fim, para que todos os momentos sejam o princípio de alguma coisa e todos sabemos como tudo é sempre mais saboroso no início seja do que for.<br>Não me interessa vir a ser o homem mais rico no cemitério... Ir à noite para a cama dizendo a mim próprio que fiz algo de maravilhoso... é isso que me interessa.<br>Tudo o que vivemos no dia a dia é marcado pelas incertezas do presente.<br>Viver é doce; viver é agro: nesta alternativa se passa a vida.<br>Não são os mortos que ressuscitam, são os vivos.<br>Para aprendermos temos que ser humildes. Mas a vida é o grande professor.<br>Precisamos de descobrir o prazer nos pequenos estímulos do ambiente que nos cerca. Tudo parece comum aos nossos olhos, embora tudo seja um mistério. Pensa que conhece as pessoas com quem trabalha e convive, mas não conhece nem a sala de visitas da sua personalidade. A vida parece uma insolúvel rotina, mas no fundo tudo é bastante novo. Até a lembrança do passado nunca é a mesma. Ao resgatar o passado acrescentamos cores e sabores do presente.<br>O que há é o melhor.<br>Nunca se sinta um coitado diante dos seus problemas, caso contrário eles tornam-se um «monstro». Todas as doenças emocionais amam o «coitadismo» e florescem na alma de pessoas passivas. Seja um agente modificador da sua história. (...) Acredite na vida, reacenda as chamas da esperança e disponha-se a intervir no palco da sua mente. Tais atitudes começam a preparar o caminho da saúde emocional.<br>Para que existo? E a resposta é: a fome me justifica. Ah, é assim, não é? Pois bem, já que é assim eu me vingarei e viverei minha vida com brutalidade, sem piedade.<br>A minha posição é a de constante interrogação.<br>Quando se realiza o viver, pergunta-se: mas era só isto? E a resposta é: não é só isto, é exactamente isto.<br>O estar desperto permite-nos passar para além da cortina que os olhos alcançam, extrapolar crenças limitadoras e mergulhar no vago em que tudo é, tudo existe, tudo verdadeiramente acontece.<br>Se compreendermos a essência irreversível do tempo e assumirmos corajosamente as saudades e os arrependimentos do ontem e do anteontem, então estaremos no caminho certo. Aquele em que se é feliz a cada passo.<br>Quanto mais tempo viveres, melhor te tornarás.<br>Todos os homens morrem. Nem todos os homens vivem.<br>Há dois tipos de pessoas: as que correm riscos; e as que estão mortas.<br>Vou a poucos sítios sociais. Boémia? Nunca!<br>Milagre é o ponto vivo do viver. Quando eu penso, estrago tudo. É por isso que evito pensar: só vou mesmo é indo. E sem perguntas por que e para quê. Se eu pensar, uma coisa não se faz, não aconteço. Uma coisa que na certa é livre de ir enquanto não aprisionada pelo pensamento.<br>Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!<br>Nasce-se resistente. Outra coisa, que é uma couraça, é o meu sentido de humor. O humor com que vejo a vida e o quanto me divirto a viver. Divirto-me a ir tomar um café ao Chefe, aqui na Lapa, a ver uma porcaria qualquer na televisão, a ler um livro, a rir com os meus amigos, a fazer as cenas mais dramáticas numa novela.<br>Tenho um pensamento optimista na vida em geral, nas coisas em que me meto. Luto por elas. E se tenho derrotas, tento transformá-las em vitórias; ou seja, ver o que há de positivo no que aconteceu. Aliás, este é o único mecanismo que nos permite sobreviver ao erro. Pensar que vai haver outra oportunidade.<br>Se o teu padrão de vida é o teu maior objectivo, a qualidade de vida quase nunca vai melhorar, mas se a tua qualidade de vida for o teu objectivo número um, o teu padrão de vida quase sempre melhora.<br>Viver é desencontrar-se consigo mesmo.<br>O resultado de uma vida em silêncio é, mais tarde ou mais cedo, uma indisposição constante que levará o seu hospedeiro a vomitar todas as emoções apodrecidas durante anos e anos na cara dos outros, como se os outros fossem os verdadeiros culpados dessa agonia.<br>A criatura ineficaz, hesitante, frágil um telegrama arrasa-o, uma carta leva-o logo a pôr-se de pé, reanima-o, o silêncio que se segue à carta lança-o para a apatia.<br>Depois que vivo é que sei que vivi. Na hora o viver me escapa. Sou uma lembrança de mim mesma. Só depois de «morrer» é que vejo que vivi. Eu me escapo de mim mesma. Às vezes eu me apresso em acabar um episódio íntimo de vida, para poder captá-lo em recordações, e para, mais do que ter vivido, viver. Um viver que já foi. Deglutido por mim e fazendo agora parte do meu sangue.<br>Muito depende de sermos capazes de estar no momento em que estamos, sem pensar no que fizemos para ali estar ou nos preocuparmos para onde vamos a seguir. (...) Há um estado activo de recepção, de estarmos prontos para o que vier, sem termos nada marcado ou expectativa nenhuma.